Para escrever algo que possa dizer sobre a mulher com a sensibilidade da alma, antes preciso me despir dos resquícios machista que, por contra vontade, os roupeiros do tempo me impusera a vestir – andar nu dos excessos.
Ah, e como é tão simples e ao mesmo delicado dizer da infinita importância que tens para a vida, esse imenso novelo de linha o qual só se torna em algo porque empenhastes o bordado desde o começo da Criação.
Tu és o coração que move o mundo em cada peito humano, pois, como dissera Rui Barbosa, herdamos de ti o coração, e junto, a sensibilidade para lidar com os improváveis da vida, é inspirado em ti que o universo se move em incontáveis estrelas...
O que será este vazio, esta incompletude que em certa altura da vida é sentida no peito do homem? É senão o mesmo que sentiu Adão no “paraíso”. Depois de vagar milênios, incompleto de si mesmo, ele curvou-se na terra bruta e fez sua prece ao Criador, o que foi atendido... – Deus lhe fez a mulher, flor mais bela e perfumada do jardim do Éden.
O fato é: nós, homens, não existimos sem elas, “mulheres de aço de flores”, como diz padre Fábio; mulheres que tem a suprema verdade no sorriso eterno e no olhar infinito.
Por, Agnaldo Tavares