Imagem Google
O sujeito aprendeu tudo que sabe em livros e muito pouco no cenário
diário da vida, e acredita estar pronto ao discurso. Porém, não é bem assim,
“pronto”. Porque quando este “sabe tudo”, por uma lógica do tempo, encontra-se
com outro "sabe tudo" na bancada do egoísmo, o qual traz em sua
bagagem livros além dos daquele e algo de conhecimento concreto, aí a coisa se
complica (para o lado do que menos sabe as palavras no papel real da vida).
Então, percebemos que citações de livros pouco valem sem a argumentação
coerente da prática.
Estou a
escrever sobre isso não de modo instintivo, movido por alguns desses espíritos
que transitava a mente de Charles Baudelaire ou Alan Poe, mas por que esta
semana me deparei com uma entrevista vinculada por um programa de tevê, na qual
discursavam dois considerados intelectuais brasileiros. Um deles é político de
décadas na bancada; o outro um dito economista palestrante bem conceituado.
Então,
diante do trágico cômico discurso, eu pude perceber que só se conhece
verdadeiramente a força (intelectual) das "feras" quando se põem
frente a frente à medida do ego, ou seja, "eu sei mais que tu sabe".
É o que pude testemunhar ao assistir a entrevista em que o Sr. C. desbarata a
inteligência genérica do Sr. R.
Diante do
quadro, não diria penoso, mas vergonhoso ao Sr.R., que na tentativa de
disfarçar sua precária argumentação, ria feito um imbecil, queremos discutir a
formação intelectual em si. Então, pergunto: é possível tornar-se intelectual
ou fazer intelectuais somente através da leitura codificadora de números e
palavras? Creio que será necessário um esforço maior, ir além das entrelinhas,
do que está escrito ou subtendido, libertando assim nosso eu (identidade) do
mundo das idéias pré-concebidas e tornando-se uma ideia viva?
Por Agnaldo Tavares, o Poeta